Uma visita de campo organizada pela Sociedade Portuguesa de Ciências Florestais, o Centro PINUS e a BALADI - Federação Nacional dos Baldios, revelou a transformação da paisagem em Amarante. Mais de 25 agentes do setor florestal visitaram quatro baldios do Agrupamento de Baldios do Marão e Meia Via, onde foram investidos 1,5 milhões de euros em 2023.
O investimento resultou na regeneração natural de pinho, criação de mosaicos com plantação de povoamentos mistos, controlo de invasoras lenhosas e beneficiação da rede viária. O Agrupamento de Baldios do Marão e Meia Via, um dos 20 criados pelo Governo em 2019, foi crucial para alavancar o investimento público que permitiu a mudança neste território.
No entanto, cerca de 20% do território do agrupamento, que abrange 2500 hectares, está em litígio devido aos limites dos baldios. Esta situação, comum em várias regiões do país, tem levado ao abandono de muitos territórios, aumentando o risco de incêndio. A criação do agrupamento iniciou um diálogo que poderá levar à gestão dos espaços florestais de maior risco.
A visita de campo, guiada por Henrique Costa, técnico do Agrupamento do Marão e Meia Via, e Pedro Gomes, Coordenador e Membro da Direção da BALADI, destacou a importância do acesso a diversas fontes de financiamento público. Estas têm uma flexibilidade e celeridade superiores ao PDR2020, evidenciando a necessidade de mudança dos instrumentos de financiamento de políticas públicas à floresta.
A visita também demonstrou que os baldios estão a dar os primeiros passos para gerar receitas que poderão diminuir ou mesmo suprir a necessidade de investimento público. No entanto, é fundamental que o futuro Governo dê continuidade a este e outros projetos em curso nas áreas de baldios.