A cidade de Beja conta, desde 2022, com um projeto inovador de monitorização da qualidade do ar: o “Ares de Beja”, uma das três propostas vencedoras do primeiro Orçamento Participativo promovido pela Câmara Municipal de Beja. A iniciativa foi submetida pela Doutora Flávia Silva, docente da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) e doutorada em Engenharia Química, cuja proposta foi escolhida pela população entre 21 candidaturas, das quais, apenas, nove chegaram à fase de votação.
Com um orçamento até 50 mil euros, o projeto tem como objetivo principal criar um sistema de monitorização da qualidade do ar, em Beja, em tempo real, com dados disponibilizados à comunidade.
Através da instalação de equipamentos com sensores específicos, o sistema recolhe e regista parâmetros meteorológicos como temperatura, humidade, pressão atmosférica e velocidade do vento, bem como, dados relativos à concentração de partículas e gases poluentes, incluindo ozono (O₃), dióxido de azoto (NO₂), dióxido de enxofre (SO₂) e monóxido de carbono (CO).
A participação do IPBeja surgiu após a aprovação da proposta, através de uma parceria técnico-científica com a autarquia, que se traduz no apoio à interpretação e comunicação regular dos dados recolhidos. A Professora Flávia Silva, enquanto representante do IPBeja, assume a responsabilidade de analisar os resultados e partilhá-los, semanalmente, com a comunidade.
Este envolvimento representa, segundo a proponente, “uma oportunidade de educação ambiental e sensibilização cidadã quanto à poluição do ar”. Para além disso, reforça a ligação entre o IPBeja e o município de Beja, contribuindo para a valorização do conhecimento científico ao serviço da população e abrindo portas a novos projetos de investigação e colaboração futura.
O “Ares de Beja” é, assim, mais do que um projeto tecnológico: é uma aposta partilhada no bem-estar, na saúde pública e na construção de uma cidade mais consciente e sustentável.