Será apresentado ao público, no dia 3 de outubro, às 15h, o Programa Territorial +SOLO +VIDA que arrancou em julho deste ano.

O Programa Territorial +SOLO +VIDA procura agricultores parceiros para ir para o terreno, pôr as mãos na terra! Dirigido aos produtores de Mértola e Serpa, concelhos abrangidos pela área natural do Vale do Guadiana, este é um projeto que pretende semear um conjunto de dez boas práticas com potencial de replicação. As ações destinam-se a recuperar a fertilidade e a produtividade, em 94 hectares, nas explorações agrosilvopecuárias do Parque Natural do Vale do Guadiana.

O objetivo é colher, décadas mais tarde, um montado mais resiliente à desertificação e aos efeitos das alterações climáticas com maior capacidade de armazenamento de carbono orgânico no solo, através do desenho, implementação e avaliação de um programa territorial, com base na cooperação e partilha.

“Esta é uma oportunidade valiosa para o território do Parque Natural do Vale do Guadiana e, em particular, para os agricultores agrosilvopecuários inseridos nesta área protegida. Acreditamos que ao experimentarem a aplicação deste conjunto de boas práticas, estes importantes forjadores da paisagem vão testemunhar e compreender as vantagens e os ganhos económicos para a sua exploração. Ao mesmo tempo, vão aperceber-se do retorno em termos de produtividade e de valorização dos serviços ambientais”, realça Maria Bastidas, coordenadora do projeto +SOLO +VIDA e técnica da ADPM, entidade promotora do projeto.

Entre as dez boas práticas agrosilvopecuárias, encontram-se, por exemplo,  a retenção e a conservação da água na paisagem, o restauro de linhas de água, a melhoria do mosaico mediterrânico, assim como, a recuperação da regeneração natural, a implementação de pastagens permanentes ou a gestão adaptativa do pastoreio.

O atual presidente da Cooperativa Agrícola do Guadiana, entidade parceira do projeto,  João Madeira, vê no Programa Territorial +SOLO +VIDA uma oportunidade para os agricultores do PNVG. “O Vale do Guadiana é um território com elevada susceptibilidade à desertificação e com este projecto, os agricultores locais vão conhecer diretamente no seu terreno os efeitos da proteção e da melhoria do solo, nomeadamente, no fortalecimento dos sistemas agrícolas'', realça.

João Madeira, também produtor de ovinos e empresário agrícola na região de Mértola, explica ainda que, “com estas medidas pretende-se a consolidação de um sector agrícola capaz de enfrentar os desafios climáticos com que nos debatemos e, assim, continuar a assegurar o papel fundamental que desempenha na manutenção de um território pleno de valores naturais, mas, simultaneamente, vivo e humanizado”.

O projeto +SOLO +VIDA irá permitir realizar um diagnóstico das principais barreiras à adoção de boas práticas e desenvolver um modelo de governança para impulsionar a adaptação às alterações climáticas a nível local.

Apresentação Pública, 3 de outubro