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emRede - folha informativa

Finalista do Programa TalentA: “O prémio representa um reforço da resiliência e da motivação para levar este tipo de projetos para a frente”

Mónica Alves 2Com o projeto “Enxertar Ciência na Agricultura”, Mónica Alves, de 42 anos, alcançou uma distinção no Programa TalentA 2022, tendo sido uma das três finalistas desta iniciativa promovida pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e pela Corteva Agriscience que enaltece a importância da Mulher no futuro do meio rural.

“Enxertar Ciência na Agricultura” é uma iniciativa associada ao projeto STOP.SUZUKII, co-financiado pelo COMPETE, que está a ser implementado na zona de Resende, Viseu, que tem por objetivo o desenvolvimento de atividades de I&D, para encontrar soluções para alguns problemas agrícola da região. Aposta, por isso, na capacitação laboratorial para o diagnóstico da praga Drosophila Suzukii.

A Rede Rural Nacional colocou algumas perguntas à premiada. Mónica Alves, no seu testemunho, realça as barreiras, mas sobretudo as conquistas que alcançou com o seu projeto.

Fale-nos um pouco no seu projeto. Como nasceu e que impacto está a ter na região onde está a ser desenvolvido?

O projeto “Enxertar Ciência na Agricultura” tem como objetivo trazer a Ciência para a Agricultura na criação de um centro de I&D em parceria com Universidades e centros de conhecimentos, focado nos problemas agrícolas da região e experimentando tecnologia de precisão. Atualmente já estamos a desenvolver o projeto STOP.SUZUKII, co-financiado pelo COMPETE, em colaboração com a Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e com o IPVC, que representa uma aposta na nossa capacitação laboratorial, para análise de qualidade da fruta, diagnóstico de pragas e parâmetros químicos de gestão de água de água e solos.

Esta iniciativa é pioneira na região, ao nível da implementação de estratégias eco sustentáveis para a gestão da praga de Drosophila Suzukii e melhoria da produção/qualidade do mirtilo e cereja que são produzidos na região.

Mónica Alves 1

Que barreiras encontrou na implementação do seu projeto e no setor por ser mulher (num meio tradicionalmente masculino)?

As maiores conquistas foram:

- Trazer emprego e valor para a região e para o sector.

- Desenvolver parcerias com universidades e centros de I&D para encontrar respostas para as problemáticas mais atuais da agricultura (pragas, escassez de recursos hídricos e redução do impacto ambiental da agricultura). Ou seja, conseguir usar a tecnologia e a investigação, como forma de fazer da pequena agricultura portuguesa um setor verdadeiramente sustentável.

- Em termos pessoais, perceber que, mesmo perante dificuldades, existe aquela força e resiliência feminina dentro de nós, que nos permite avançar e alcançar os objetivos. Este tipos de iniciativas, servem exatamente para alimentar esta nossa força.

- Igualdade – apesar de ser uma prática comum na região, não aceitamos pagar valores diferenciados a homens e mulheres.

Barreiras

A resistência e a dúvida face a ideias novas. Neste meio agrícola tradicional e maioritariamente masculino, as opiniões e decisões de uma mulher são sempre postas em causa.

Medidas de proteção da biodiversidade, tecnologia, inovação, que são na minha opinião princípios irrefutáveis para uma agricultura sustentável, começaram por ser vistas como ideias “românticas”, mas acabaram por vir a ser absorvidas por todos.

Mónica Alves

Que significado tem este prémio para si?

Representa um reforço da resiliência e da motivação para levar este tipo de projetos para a frente.

O Programa TalentA

O programa TalentA foi lançado em 2021 pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e pela Corteva Agriscience e tem como objetivo empoderar as empreendedoras rurais e capacitar os seus projetos com formação e financiamento, contribuindo para a sua expansão. Esta iniciativa pioneira em Portugal soma já mais de 140 inscrições de mulheres rurais na agricultura, das quais, nesta 2ª edição, foram eleitos três novos projetos, de que resultaram numa vencedora e duas finalistas.