O 7º Congresso Nacional do Azeite, organizado pelo CEPAAL em parceria com a Câmara Municipal de Valpaços, no âmbito da Feira Nacional de Olivicultura – Olivalpaços, reuniu mais de 200 profissionais do setor para debater os principais desafios e oportunidades da fileira do azeite em Portugal.

O setor do azeite enfrenta um momento crucial, marcado por desafios e oportunidades que exigem uma resposta estratégica e concertada. O aumento do preço do azeite, as alterações climáticas e a crescente competitividade global são apenas alguns dos fatores que exigem uma adaptação profunda da fileira.

Neste contexto, este congresso surge como um espaço fundamental para o debate e a reflexão sobre o futuro do setor. Nele foram abordados temas como o olivoturismo, o preço do azeite e as alterações climáticas, com o objetivo de identificar soluções inovadoras e sustentáveis para o desenvolvimento da fileira.

Desta forma apresentamos um resumo dos principais pontos discutidos no congresso, focando os temas do preço do azeite e das alterações climáticas.

1. Preço do Azeite: Encontrando Equilíbrio e Informação

O aumento do preço do azeite nos últimos anos tem gerado preocupação entre consumidores e produtores. Diversos fatores contribuem para essa realidade, como o aumento dos custos de produção e o desequilíbrio entre a procura e a oferta.

Especialistas presentes no congresso destacaram a importância de comunicar os preços de forma clara e transparente, informando os consumidores sobre as diferentes categorias de azeite e os fatores que influenciam o seu valor. A promoção do olivoturismo também foi apontada como uma forma de agregar valor ao produto e aumentar a procura por azeite de qualidade.

A longo prazo, a implementação de melhores políticas para o setor e a promoção da economia circular são consideradas essenciais para garantir a rentabilidade da fileira do azeite. O desenvolvimento de novos modelos de negócio e a valorização dos subprodutos do olival podem contribuir para a sustentabilidade do setor e a diversificação das fontes de receita.

2. Alterações Climáticas: Ameaça e Oportunidade para a Olivicultura

As alterações climáticas representam um desafio significativo para a olivicultura, com a seca, a falta de água e os eventos climáticos extremos a ameaçarem a produção. No entanto, o olival também pode ter um papel importante na mitigação das alterações climáticas, sequestrando carbono e contribuindo para a neutralidade carbónica.

Para enfrentar este desafio, é necessário investir em investigação, desenvolvimento e inovação. O desenvolvimento de novas variedades de oliveiras mais resistentes à seca e às doenças, a implementação de práticas agrícolas sustentáveis e a melhoria da gestão da água são algumas das medidas que podem ser tomadas para adaptar a olivicultura às alterações climáticas.

A ação climática não deve ser vista apenas como uma ameaça, mas também como uma oportunidade para a olivicultura. Ao investir na sustentabilidade e na mitigação das alterações climáticas, o setor pode reforçar a sua imagem junto dos consumidores e aceder a novos mercados.

O futuro da fileira do azeite depende da capacidade do setor de se adaptar às mudanças e de aproveitar as oportunidades que surgem. O 7º Congresso Nacional do Azeite deu um passo importante no sentido de identificar os desafios e as oportunidades que o setor enfrenta, e de promover o debate sobre as soluções necessárias para garantir um futuro sustentável para a olivicultura portuguesa.